ilustração de ritmo cardíaco sinusal simbolicamente representada

Eletrocardiograma: Artefatos de Fibrilação Atrial

A análise de eletrocardiogramas (ECGs) é essencial no diagnóstico de arritmias cardíacas. Um dos desafios é diferenciar artefatos de traçados reais, especialmente em diagnósticos automáticos. A fibrilação atrial, caracterizada por uma atividade atrial desorganizada e uma resposta ventricular irregular, pode ser erroneamente diagnosticada em ECGs com ruídos ou má conexão dos eletrodos.

Contexto Clínico

Queixa Principal: A paciente K.H.J.P., 60 anos, procurou atendimento médico após seu smartwatch acusar episódios de fibrilação atrial. Este fato é particularmente relevante pois, assim como no primeiro ECG, a detecção de fibrilação atrial pelo dispositivo pode ter sido um artefato.

Primeiro Eletrocardiograma

Eletrocardiograma realizado em 02/01/2024, mostrando um diagnóstico inicial de fibrilação atrial. O traçado exibe uma frequência de 71 bpm, QRSD de 107 ms, QT de 400 ms, QTc de 435 ms, eixo do QRS de 69° e eixo da onda T de 53°. Este ECG, interpretado pelo equipamento com velocidade de 25 mm/s e sensibilidade de 10 mm/mV, ilustra como artefatos podem levar a interpretações equivocadas, especialmente em laudos automáticos


Paciente: K.H.J.P., 60 anos, sexo feminino

Parâmetros:

  • Frequência: 71 bpm
  • QRSD: 107 ms
  • QT: 400 ms
  • QTc: 435 ms
  • Eixo do QRS: 69°
  • Eixo da onda T: 53°

Laudo Automático:

  • Diagnóstico Não Confirmado
  • Presença de Fibrilação Atrial (atividade A irregular, frequência V de 69-73 bpm)

Interpretação: O laudo automático do primeiro ECG indicou erroneamente a presença de fibrilação atrial, similarmente ao alerta do smartwatch da paciente. Este tipo de erro pode ocorrer devido a artefatos tanto em dispositivos de monitoramento pessoal quanto em eletrocardiógrafos.

ilustração de ritmo cardíaco sinusal simbolicamente representada

Segundo Eletrocardiograma

Imagem de um eletrocardiograma normal de uma paciente feminina de 60 anos, da Clínica Endocardio. O traçado mostra um ritmo sinusal regular com uma frequência de 69 batimentos por minuto. Os intervalos são: PR de 179 ms, QRSD de 101 ms, QT de 397 ms e QTc de 426 ms. Os eixos das ondas P, QRS e T são normais, indicando ausência de fibrilação atrial ou outras arritmias significativas

O segundo eletrocardiograma mostra um ritmo sinusal normal com uma frequência cardíaca de 69 batimentos por minuto. Os intervalos e eixos medidos incluem um PR de 179 ms, um QRS de 101 ms, um QT de 397 ms e um QTc de 426 ms. Os eixos das ondas P, QRS e T estão normais.

Método de Correção: Limpeza da pele e ajuste dos eletrodos.

Diferenças Observadas:

  • Traçado claro, sem artefatos.
  • Ritmo cardíaco normal, sem fibrilação atrial.

Implicações Clínicas e Educativas

  1. Artefatos em Dispositivos Pessoais: O caso ressalta a necessidade de cautela na interpretação de dados fornecidos por dispositivos de monitoramento pessoal, como smartwatches, que podem ser susceptíveis a artefatos.
  2. Avaliação Médica Profissional: Reforça a importância da avaliação médica profissional para interpretação correta dos dados de saúde, evitando diagnósticos precipitados baseados em tecnologias de monitoramento pessoal.
  3. Formação Médica: Serve como um exemplo educativo sobre a importância de uma análise crítica tanto de laudos automáticos de ECG quanto de alertas de dispositivos pessoais de saúde.

Fibrilação Atrial Verdadeira no Eletrocardiograma

Um ECG com verdadeira fibrilação atrial apresenta ausência de ondas P consistentes, atividade atrial irregular e uma resposta ventricular igualmente irregular. Este padrão é distinto e deve ser avaliado no contexto clínico do paciente.

Smartwatches e Diagnóstico de Fibrilação Atrial

Embora os smartwatches avançados sejam ferramentas úteis para monitoramento da saúde, eles não substituem a avaliação médica profissional. Seu uso pode alertar para potenciais problemas cardíacos, mas o diagnóstico de fibrilação atrial é complexo e requer análise detalhada de um eletrocardiograma ou do traçado gravado no celular por um médico.

Conclusão

O discernimento entre um ECG com artefatos e um com fibrilação atrial real é crucial para evitar diagnósticos errôneos e tratamentos inadequados. A tecnologia vestível, como smartwatches, desempenha um papel complementar na saúde cardíaca, mas a validação médica é indispensável para um diagnóstico preciso e apropriado.

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