Marcapasso, todos já ouvimos falar desse dispositivo, mas poucos de nós já viu um.
Por isso há um certo ar de mistério de desinformação sobre o assunto. Aqui vamos falar sobre o básico deste aparelho que salva vidas.
O que é um marcapasso?
Um marcapasso é um dispositivo eletrônico que alguns pacientes com tipos específicos de problemas cardíacos precisam utilizar. Ele é um implante que fica localizado logo abaixo da pele, no peito, mais ou menos na altura de onde se localiza o coração.
No caso deste equipamento, sua função é marcar o passo – ou manter o ritmo – dos batimentos cardíacos. Em termos mais precisos, ajustar a frequência cardíaca.
O esperado como padrão de normalidade é que sejamos capazes de controlar de maneira automática a frequência cardíaca de acordo com a necessidade de cada momento. É intuitivo que entre estar sentado em uma cadeira e correndo uma maratona, a necessidade de fluxo sanguíneo pelo corpo é muito maior na maratona.
Seja qual for a situação, a frequência cardíaca e a força da contração precisam ser controladas para corresponder às necessidades naquele momento, entretanto, há situações em que esse sistema de controle não funciona adequadamente, fazendo com que a atividade cardíaca não corresponda à necessidade do momento, acelerando ou desacelerando a frequência cardíaca de maneira prejudicial.
Como o marcapasso funciona?
De maneira bastante simplificada, o marcapasso é um equipamento eletrônico com uma bateria interna e um par de cabos que conduzem sinais elétricos ritmados diretamente ao coração de forma a corrigir uma frequência que está fora de compasso.
O mais comum é o uso do equipamento para o ajuste de um coração que naturalmente está batendo mais lentamente do que deveria, mas é possível sua utilização para o controle de um coração com ritmo demasiado acelerado.
Quem precisa de marcapasso?
São condições que levam a anormalidades no controle da frequência cardíaca que podem culminar na necessidade de marcapasso.
Os sintomas que são mais frequentes nestes casos são:
- Desmaios frequentes;
- Sensação de tontura ou de vazio na cabeça;
- Sensação de que o coração está batendo muito forte;
- Confusão mental e cansaço anormais para o momento;
- Dificuldade em respirar sem relação com causas respiratórias.
Qual a aparência de um marcapasso?
A maioria dos marcapassos tem duas partes:
- O equipamento eletrônico em si (o gerador de pulsos). Essa parte do marcapasso tem o tamanho aproximado do de um daqueles isqueiros de aço com tampa articulada. Sabe? É uma caixinha de metal que contém as baterias e o circuito eletrônico (o computador do equipamento) onde são criados os impulsos elétricos conforme a programação realizada pelo médico.
- Os cabos, também conhecidos por “leads”. Esses são os fios que conectam o gerador de pulso ao coração. É através deles que os impulsos elétricos viajam e entram no peito do paciente, chegando até o músculo cardíaco. Esses fios são vias de mão dupla, levando o impulso elétrico até o coração e captando sinais dos batimentos que são levados até o equipamento.
O que são os marcapassos temporários?
O mais comum é o uso crônico do marcapasso, o que significa que o equipamento passará a fazer parte da vida do paciente no longo prazo, no entanto, existem situações que demandam o uso de um equipamento de forma temporária, por exemplo em pacientes hospitalizados.
Nestes casos o marcapasso não é como o que descrevemos anteriormente porque não há a necessidade de que ele seja implantado no corpo. Essa função pode ser realizada por um equipamento externo, acoplado aos equipamentos acessórios de monitoramento do paciente.
Coloquei um marcapasso, e agora?
Bem, se você recebeu o implante de um marcapasso, fique tranquilo, sua vida deve melhorar significativamente, mas para garantir que corra tudo bem faça visitas regulares a seu médico para acompanhamento.
Nessas consultas serão realizados testes como o eletrocardiograma para a checagem da atividade elétrica cardíaca e a verificação de que a configuração inicial feita no marcapasso está funcionando como esperado. Caso seja necessário, ajustes podem ser feitos.
Além disso, como nada neste mundo é eterno, em algum momento será necessário fazer reparos no equipamento, geralmente a troca da bateria a intervalos de 5 a 8 anos é esperada.
No dia-a-dia é importante tomar alguns cuidados para evitar interferências no equipamento, como por exemplo evitar locais com campos elétricos e magnéticos fortes. Mas se não os sentimos, como saber se um campo elétrico ou magnético é forte? Bem, seu médico deve informar o que evitar e o que não se preocupar, mas podemos dar dois exemplos: rádios e TVs são absolutamente seguros, enquanto que detectores de metais de bancos e aeroportos devem ser evitados.
É altamente recomendável que você tenha junto a seus documentos o seu cartão de portador de marcapasso. Nunca sabemos o que pode nos acontecer, mas imagine que ocorra um acidente do qual você precise ser socorrido, os paramédicos, médicos, enfermeiros precisam estar informados dessa condição. Por isso também é fundamental que em todo atendimento médico isso seja informado.
Tem dúvidas sobre marcapasso? Já usa um e precisa de ajuda ou esclarecimento?